Um exercício de roteiro

Dos filmes bacanas que assisto, numa sala de cinema ou em casa, sempre me pego fazendo um exercício de roteiro - extrair a cena que revela a história do filme, a cena chave. É um exercício de concisão que compartilho com os amigos amantes de cinema e de roteiro, mais particularmente. Aqui não há adjetivos, descrições, muito menos o final da história. Você poderá, eventualmente, ouvir a voz dos personagens ao ler o trecho de uma fala ou outra. Assitindo ao filme você poderá concordar comigo ou não, se a cena que escolhi é mesmo a cena chave, afinal as boas histórias podem ser entendidas de diferentes maneiras. Todavia, uma coisa eu garanto: você terá mais da experiência cinematográfica, compreendendo melhor os enredos.

Acompanhe Cena chave e bom filme!

Coraline e o mundo secreto



Coraline e o mundo secreto, escrito e dirigido por Henry Sellic, baseado no livro de Neil Gaiman. O mundo real de Coraline é tedioso, ocupado pelo individualismo dos adultos com seu trabalho e seus problemas, um individualismo que não lhe dá espaço e voz. Os pais de Coraline só pensam nas suas prioridades. Mas Coraline também só pensa nas suas, e o mundo secreto é sua forma de lidar com a condição coadjuvante ocupada no arranjo de vida imposto pelos adultos. Nesta outra dimensão fantástica tudo é diferente, interessante, desafiador, coisas que são vistas somente com olhos de verdade e não com um par de botões costurados no rosto feito uma boneca de pano. O contraponto a este individualismo reinante acontece quando Coraline encontra as três crianças fantasmas que lhe pedem para encontrar seus olhos de verdade. Solidária pela primeira vez, Coraline encontra um valor superior pelo qual lutar e a partir daí cresce e se transforma. Transformar a si próprio é transformar o mundo.