O mágico, escrito e dirigido por Sylvain Chomet, animação baseada em história de Jacques Tati. Mágico, ventríloquo, acrobata e palhaço estão deslocados, não se encaixam no show business, no mundo do entretenimento das massas. Sinal disso é a espera indefinida do mágico para entrar em cena enquanto a banda de rock se esgoela no seu bis interminável para uma platéia ensandecida. O pano desce e sobe várias vezes, numa delas surge o mágico com seu número batido, repetido, burocrático. O recinto vazio, a não ser por uma idosa cega e um menino desinteressado, dimensiona a sua decadência. Sempre o mesmo cartaz sai do tubo, é desenrolado e colocado no cantinho da vitrine do teatro, aceitando sua importância cada vez menor. Em meio ao declínio inexorável, a convivência com Alice é como um oásis de alegria num deserto de melancolia. O mágico se sacrifica dobrando turnos de trabalho pesado, ele sabe que é impossível continuar com a menina que está virando uma moça e aprende rápido a andar sobre os saltos altos. O mágico vê o tempo passar pela janela do trem, aposenta o coelho da cartola, e mostra que no fim sempre haverá uma criança como a que aparece na companhia da mãe na cabine do trem. Sempre haverá uma criança fascinada com a magia, mesmo que sejam truques batidos. O trem segue em frente, como a vida.
Um exercício de roteiro
Dos filmes bacanas que assisto, numa sala de cinema ou em casa, sempre me pego fazendo um exercício de roteiro - extrair a cena que revela a história do filme, a cena chave. É um exercício de concisão que compartilho com os amigos amantes de cinema e de roteiro, mais particularmente. Aqui não há adjetivos, descrições, muito menos o final da história. Você poderá, eventualmente, ouvir a voz dos personagens ao ler o trecho de uma fala ou outra. Assitindo ao filme você poderá concordar comigo ou não, se a cena que escolhi é mesmo a cena chave, afinal as boas histórias podem ser entendidas de diferentes maneiras. Todavia, uma coisa eu garanto: você terá mais da experiência cinematográfica, compreendendo melhor os enredos.
Acompanhe Cena chave e bom filme!
Acompanhe Cena chave e bom filme!
O mágico
O mágico, escrito e dirigido por Sylvain Chomet, animação baseada em história de Jacques Tati. Mágico, ventríloquo, acrobata e palhaço estão deslocados, não se encaixam no show business, no mundo do entretenimento das massas. Sinal disso é a espera indefinida do mágico para entrar em cena enquanto a banda de rock se esgoela no seu bis interminável para uma platéia ensandecida. O pano desce e sobe várias vezes, numa delas surge o mágico com seu número batido, repetido, burocrático. O recinto vazio, a não ser por uma idosa cega e um menino desinteressado, dimensiona a sua decadência. Sempre o mesmo cartaz sai do tubo, é desenrolado e colocado no cantinho da vitrine do teatro, aceitando sua importância cada vez menor. Em meio ao declínio inexorável, a convivência com Alice é como um oásis de alegria num deserto de melancolia. O mágico se sacrifica dobrando turnos de trabalho pesado, ele sabe que é impossível continuar com a menina que está virando uma moça e aprende rápido a andar sobre os saltos altos. O mágico vê o tempo passar pela janela do trem, aposenta o coelho da cartola, e mostra que no fim sempre haverá uma criança como a que aparece na companhia da mãe na cabine do trem. Sempre haverá uma criança fascinada com a magia, mesmo que sejam truques batidos. O trem segue em frente, como a vida.
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